terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

"Killian, Robert Killian", de Eduardo Alves

Olá, como vocês estão? Aqui, como disse Richard Gilmore, estamos melhor que uns, pior que outros, mas não tão mal quanto a maioria. E vamos de nacionais, com a resenha de "Killian, Robert Killian, do nosso autor parceiro Eduardo Alves:

Sinopse: Robert Killian acorda sem memória num mundo doido para caramba, com cavalos de 6 pernas, girafas ‘bodybuilder’ e baleias com pernas e quase 50 metros de comprimento. Acaba se envolvendo numa guerra contra um tirano e o couro come.

Incrível como em pouco mais de 300 páginas me prendi tanto à história sem perceber. Sabe quando você não pensa muito, só sente? No caso: um ódio profundo pelo vilão, cruel... Arrombado, encaixa melhor; o alívio de descansar um pouco tomando café; ou ainda a satisfação de conhecer alguém que você sabe que te acompanhará pelo resto da vida.

A primeira coisa que pensei quando a Babih falou da premissa de cachoeiras desafiando gravidade e baleias em terra firme foi “deve ser mais um isekai, mas bora ler porque adoro isekai mesmo”. Isekai – mundo diferente em japonês – é um subgênero em que o protagonista se encontra num mundo diferente do seu e tem que se virar. Sabem Alice do Carroll? Então, bem isso ai.

O Novo Mundo é hostil, em especial para as pessoas que o habitam. Tenho a mania de comparar fantasias com crônicas de RPG, afinal há um padrão de personagens, ambientes e situações. Aqui temos guerreiros, ladinos, arqueiros, ferreiros, enfim, perfis presentes numa narrativa. Reinos em guerra, déspotas corrompidos pelo poder.

Te falar que não criei grandes expectativas por ser um estilo que leio desde sempre, mas que ótimo ter me enganado. Só vou dar esse spoiler por estar logo no início e por eu ter interpretado errado: achei que era isekai, entretanto não é, o Novo Mundo é o nosso mundo! Todo diferente, claro, e foi esse esquema que me fez querer ler mais.

É interessante ler sobre um mundo diferente do nosso? Claro, toda a criação da história, desafiar leis da física, novas criaturas belas/horrendas, novos seres racionais... Contudo, uma evolução do nosso mundo com explicações do porque tais alterações aconteceram tem muito valor, pois toma por base o que conhecemos como real e essa extrapolação tem muito potencial e torna a história mais verossímil.

Dei 4 estrelas por ter me perdido em algumas situações. Sou ruim de imagem mental humana, então demoro para associar nomes e descrições físicas, o que fez eu voltar e reler para não me perder quando algum grupo era apresentado. As lutas são de uma brutalidade ‘martinniana’ (GoT), porém fiquei meio perdido em certos momentos por não saber quem é que batia e quem apanhava, mas isso não estraga a experiência.

Mas sabe o que me deixou mais puto? É pequeno. Não deu tempo de me preocupar se tal personagem vive ou morre. Devo ter me prendido tanto na resolução que não parei para simpatizar. Sei lá, só sei que foi assim. Então Eduardo, trabalho maravilhoso, parabéns.

Jaa, mata ne.

Por Thiago Natus.