segunda-feira, 29 de junho de 2020

Viagem ao Centro da Terra, de Júlio Verne


Expedições sem fim certo? Apostas em um livro antigo com codificações? Nada disso é problema para o professor Lidenbrock e o seu fiel escudeiro Axel!

Ao descobrir um manuscrito antigo com códigos instigantes, escrito por Arne Saknussemm, antigo alquimista islândes do século XVI, os protagonistas (um deles um tanto relutante) se lançam em uma estupenda empreitada, objetivando atingir... o centro da Terra!

É exatamente isso que você leu, caro leitor! Nessa viagem, cheia de aventuras do escritor francês Júlio Verne, o nem tanto estimado professor e seu sobrinho se atiram em uma jornada um tanto penosa para chegar ao centro do globo terrestre, com a ajuda de Hans Bjelke, o mais leal guia da face da terra que se pôde encontrar.

O trajeto começa com os personagens deixando seu confortável lar na Rua Koning, e viajando para a linda Islândia, onde se situa o velho vulcão Sneffel, local em que a descida propriamente dita começa.

Fonte da imagem: https://aterraemmarte.com/entrada-para-o-centro-da-terra/
Até lá, eles passam por alguns lugares belíssimos, outros um tanto inóspitos e bem peculiares, sempre contando em suas paradas com a hospitalidade das mais distintas figuras.

Será que eles atingirão o seu objetivo? O centro da Terra seria mesmo acessível, o que derrubaria as teorias tecidas até então por renomados cientistas?

Leitores! Eu apreciei muito a leitura de Viagem ao Centro da Terra! Em diversos momentos, a narrativa efetuada em primeira pessoa por Axel, passou a sensação de estar sendo tecida por um habilidoso contador de histórias de tempos passados, o que me trouxe um quentinho no coração.

No decorrer da história, apesar de surgirem muitos termos científicos ligados à geologia e a mineralogia, isso de forma alguma prejudicou a leitura. Confesso que até deu certa vontade de pesquisar mais a fundo para uma melhor compreensão.

Esta é a primeira resenha da coleção “Obras Primas de Júlio Verne”, publicada pelas Artes Gráficas Bísordi, em 1972. No total, temos 05 obras (“Vinte Mil Léguas Submarinas”, “Cinco Semanas em um Balão”, “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, “Viagem ao Centro da Terra” e “Viagem ao Redor da Lua”), cuja leitura e resenha será realizada pelo Thiago e por mim.

Vocês já conheciam Viagem ao Centro da Terra? Alguém já assistiu aos filmes? Enquanto eu estava lendo o livro, assisti duas vezes à versão de 2008 (tem uma de 1959), com o Brendan Fraser, na qual há muita referência da obra verniana. Talvez, para muitos, o filme não seja tão bom, mas eu gostei bastante, é bem estilo Sessão da Tarde.

Fonte da imagem: http://celvazbio.blogspot.com/p/atividades-d.html
Curtiram a obra? Comenta ai! Beijos e até a próxima!

Por Babih Hilla.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

O Universo de Sandman: O Sonhar - Vol. 1


Existem autores que nos prendem em seus mundos. Neil Gaiman é um dos meus preferidos. Conheci pela maior obra, Sandman, li a primeira vez numa versão digital e desde então está na lista daquelas que perdi a conta de quantas vezes reli.

Sabe aquele autor que te apresenta uma nova camada a cada leitura? Seja num submundo espetacular que existe desde muito tempo, seja a convivência dos deuses entre nós ou até a apresentação de entidades que sempre existirão, somos convidados a nos desprender da realidade em qualquer obra de Gaiman e acrescentar um pouco de magia em nossas vidas.

Sandman foi um ataque de oportunidade muito bem aproveitado e que rende frutos até hoje. Somos apresentados aos Perpétuos, entidades ou forças primordiais que existirão enquanto o universo existir (Destino, Destruição, Desejo, Desespero, Delírio, Sonho e Morte). Seguimos de perto os afazeres de Sonho, lorde do reino do Sonhar e seus criados/ criaturas. No começo ele é aprisionado, o que achei muito interessante, pois logo de cara somos apresentados a um mundo sem Sonho e sem seu reino. Pessoas não dormem, outras dormem sem nunca acordar, são décadas de um mundo sem um Perpétuo e entendemos no que impacta a existência destes seres.

São mais de 20 anos de finalização da obra, mas se não quiser spoiler pule o parágrafo. Ainda me emociona lembrar o encontro dos irmãos para o fim do Sonho, todos os seres que vão ao velório, incluindo o até então nunca visto Destruição, que simplesmente largou seus afazeres e não aparece nem em jantar de família, mas teve tempo para o irmão.

Em O Sonhar, somos apresentados ao novo Sonho - Daniel, afinal enquanto o universo existir os Perpétuos seguirão, mesmo que nem sempre na mesma forma. Quando soube que Daniel teria sua vez no Sonhar fiquei emocionado e aguardando aquele maravilhoso encontro de família, saber como é a interação do novo Sonho com seus parentes, enfim, depois de tanto tempo espero o melhor.

Nesta edição, temos a junção dos 6 primeiros volumes de O Sonhar. Descobrimos que Daniel sumiu e o Sonhar desmorona sem seu senhor. Suas criaturas perdem força assim como suas barreiras e outros seres tentam invadir e dominar o reino. Até agora estou gostando do que leio, visto que há décadas não via algo fresco e não sei se estou com o julgamento afetado, mas gostei da retomada.

Bilquis Evely ilustra magistralmente os volumes e confesso que saber que uma brasileira faz um trabalho tão esplêndido na gringa só me fez querer ler ainda mais. Acredito que seus traços casam muito bem com a obra de Gaiman e espero que a parceria perdure.

Atualmente me falta pouco do publicado no Brasil. O volume 5 que saiu com o Box completo (nem comento sobre o valor da brincadeira...) está no topo da lista de desejos, mas sem pressa. 

Por Thiago Natus.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Leitura de Clássicos


Olá leitores! Tudo bem com vocês? Hoje venho postar para vocês o projeto #LendoClassicosCP, criado pela @chrisakie e pela @batidasliterarias (instagram). Neste mês, será efetuada a leitura de Orgulho e Preconceito, da diva Jane Austen. Confira o cronograma:


Sinopse (retirada do skoob): Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.

Em relação a versão da obra, pode ser lida a edição que o(a) leitor(a) tiver, sendo que para os assinantes do Kindle Unlimited o livro está disponível para baixar!

Quer participar? A leitura começa hoje (22/06/2020) e o projeto conta com um grupo no whatsapp. Para maiores informações, basta acessar os IG's acima indicados. E ai? Vocês já leram alguma obra da autora? 

sexta-feira, 19 de junho de 2020

"Colin Fischer", de Ashley Edward Miller e Zack Stentz


Colin é um garoto com certas peculiaridades. Não suporta gritaria, contato físico, entre outras coisas e, o principal, vê o mundo e o interpreta de uma forma diferente da maioria das pessoas. Ele adora matemática e é muito inteligente. Em todo lugar que vai, leva o seu inseparável caderno, onde anota todas as impressões que tem do ambiente e das pessoas.

O garoto possui a síndrome de Asperger, no começo da história isso não é mencionado, então, para um leitor desatento, parece que o menino simplesmente é alguém cheio de manias.

"- Que diabos é isso?
- É uma condição neurológica relacionada ao autismo - explicou Colin pacientemente. - Foi descoberta pelo pediatra austríaco Hans Asperger, em Viena, em 1943, mas não amplamente diagnosticada até...
- Autismo - o Sr. Turrentine o interrompeu. - Você quer dizer... como no filme Rain Man? Para mim, você se parece com o Rain Man. Você é o Rain Man, Fischer?
- Fui diagnosticado como altamente operacional, mas ainda tenho poucas habilidades sociais e problemas de integração sensorial que me dão déficits graves em áreas de coordenação física." - Pág. 37.

Nesta obra, Colin (que adora mistérios) banca o Sherlock Holmes e investiga um crime que aconteceu na escola, onde uma arma foi disparada no refeitório. Tudo indica que Wayne Connelly, é o culpado. Todavia, apesar deste viver atormentando Colin, o garoto sabe que o verdadeiro criminoso anda solto por ai, o que não é nem um pouco justo e correto.

Apesar do livro conter apenas 176 páginas, isso de forma alguma, prejudica o desenrolar dos fatos, isto é, não ficam pontas soltas ao final da leitura. No decorrer da investigação, o leitor é apresentado ao mundo de Colin, suas relações com seus colegas e com sua família (um tanto complicada as vezes).

"- Fiz cinco lances livres...! - Colin de repente exclamou para o pai, gritando para ser ouvido enquanto saltava para cima. - E três chutes de trás da linha de três pontos - enquanto descia de novo - hoje na educação física! - deixou-se assumir a uma posição ereta. - O Sr. Turrentine diz que tenho um arremesso de arrasar! - Colin parou para recuperar o fôlego.
 Por um instante, o Sr. Fischer apenas olhou para Colin, como se não tivesse entendido o que acabara de ouvir. Então caiu na gargalhada e saiu para o quintal.
- Você jogou basquete?" - Pág. 62.

É um livro com um enredo inteligente e muito agradável de se ler. Eu realmente fiquei impressionada e emocionada com Colin, torci muito por ele e compreendi os motivos de muitas ações dele. Nesse ponto, percebe-se que muitas coisas que fazemos sem pensar no dia a dia (algo automático), para Colin não é nada fácil ou comum.

"Hoje disse à minha mãe 'Eu te amo'. Não tenho certeza se foi correto, porque ela deu um grito e jogou fora o seu sorvete. Papai diz que as mulheres fazem isso quando estão muito 'emocionadas', mas não entendo o que há de tão impressionante em um fato que minha mãe já conhece. Investigar." - Pág. 101.

Um ponto que eu achei bem legal é que Colin possui fichas de memorização com expressões faciais (as carinhas aparecem na capa do livro) para entender melhor o que as pessoas estão sentindo, já que muitas vezes ele não consegue compreendê-las. Neste sentido, cada vez que Colin observa uma pessoa, no texto a descrição fica com a fonte diferente, o que faz o leitor se sentir na pele do garoto.

Eu gostei muito (mas muito mesmo) desse livro! Os autores escrevem de uma forma gostosa e, ao mesmo tempo, inteligente. Recomendo muito! Vocês já leram a obra? Leiam e comentem o/ Gostamos muito de saber a opinião de vocês =D Beijos e até a próxima.

Por Babih Hilla.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Hobbit Comentarista #1

Olá leitores! Tudo bem com vocês? Trago-lhes uma novidade! Hoje inicia o primeiro Hobbit Comentarista! O seguidor que mais pontuar nessa primeira edição ganhará um kit contendo mimos de papelaria (surpresinha) e o livro "Nossa Música", da Dani Atkins.


Para participar, deve-se seguir as seguintes regras:

01 - Ler todas as regras;
02 - Residir no Brasil;
03 - Seguir o instagram @hobbitsleitores;
04 - Seguir o facebook do Hobbits Leitores; e,
05 - Comentar nas postagens publicadas neste IG e no blog (link na bio) durante o período de 17/06/2020 a 14/07/2020.

Pontuação:

- Comentar nos posts publicados no instagram no período indicado acima: 01 ponto;
- Comentar nos posts publicados no blog (link na bio) no período indicado acima: 02 pontos;
#ChanceExtra: Comentar nas publicações do blog Hobbits Leitores, publicadas anteriormente ao período indicado: 03 pontos.

Atenção! 

- Não serão computados os comentários "Adorei a resenha", "Curti a postagem" e outros do tipo e nem aqueles que não possuírem relação com o conteúdo da postagem.

- Por gentileza, comentar com o mesmo nome no blog e no instagram.

Em caso de empate, será realizado sorteio. O prêmio será enviado em até 15 (quinze) dias ao vencedor.

Qualquer dúvida, basta perguntar nos comentários. Boa sorte a todos os leitores! Quem vai participar?

terça-feira, 16 de junho de 2020

O Duque e Eu, de Julia Quinn


"O Duque E Eu" é o primeiro de uma série de 08 livros que narra a história dos Bridgertons, irmãos e irmãs parecidos fisicamente, mas totalmente diferentes na personalidade (e que personalidade!). A história se passa em uma época onde as mães viviam aflitas na "árdua" missão de casar as filhas, sob pena destas ganharem a fama de "encalhadas", trazendo desprestígio à família. É aí que entram Daphne e Simon, as primeiras vítimas dessa ácida missão.

Daphne Bridgerton não é tola ou fútil, como a maioria das moças. Entretanto, os candidatos, mais cobiçados para um bom casamento, só a veem como uma boa amiga e os homens que se interessam por ela ou são velhos demais ou são desprovidos de qualquer atrativos.

"Daphne arquejou.
- Não acredito!
- Pois acredite. Apenas para torturar mamãe. Pretendo lê-la bem na frente dela. Vou pegar meu monóculo...
- Você não tem um monóculo.
Ele sorriu - o sorriso bem lento e meio maroto que parecia peculiar a todos os homens da família Bridgerton.
- Trouxe um especialmente para a ocasião.
- Anthony, você não pode fazer isso de jeito nenhum. Ela vai matar você. E depois, de alguma forma, vai encontrar uma maneira de culpar a min.
- Estou contando com isso". - Pág. 28.

Por sua vez, Simon Basset, duque de Hastings (solteiro, rico e bonito), tem um forte objetivo na vida: nunca se casar. Porém, em uma sociedade com uma penca de moças, na idade de casar, ele se torna o alvo mais desejado dos lobos, digo, das mães das pobres moças (talvez nem tão pobres assim). 

Para se livrar da mira dessas insistentes e incômodas criaturas, Simon bola um plano: fingir cortejar Daphne. Dessa forma, ele conseguiria se afastar das mães obcecadas e, ao mesmo tempo, atrairia novos pretendentes para Daphne, pois se um duque está cortejando a jovem, sem dúvidas, ela deve ser alguém muito especial.

"Acho que sei o que sua mãe iria dizer.
Ela pareceu um pouco perplexa com a investida dele, mas ainda assim conseguiu murmurar, de forma bastante desafiadora:
- Ah, é?
Simon assentiu lentamente com a cabeça e tocou no queixo dela com um dedo.
- Ela lhe diria para ter muito, muito medo.
Houve um instante de silêncio absoluto, então os olhos de Daphne se arregalaram. Seus lábios se apertaram, seus ombros se levantaram um pouco e...
E ela riu. Bem na cara dele.
- Ah, meu Deus - arquejou ela. - Nossa, isso foi engraçado.
Mas Simon não achou graça.
- Me desculpe - disse ela, em meio às gargalhadas. - Ah, me desculpe, mas o senhor realmente não devia ser tão melodramático. Não lhe cai bem." - Pág. 48.

Só que eles nem imaginam que esse fingimento trará consequências imprevistas e deliciosamente torturantes, tais como: um irmão super protetor, situações hilárias, desejos e talvez... o amor?

"O rapaz tentou segui-los, mas Violet agarrou o pulso dele com força.
- Que diabos você pensa que está fazendo? - sibilou ela.
- Protegendo minha irmã!
- Do duque? Ele não pode ser tão perverso assim. Na verdade, ele me lembra você.
Anthony soltou um gemido.
- Então ela realmente precisa da minha proteção." - Pág. 80.

É uma leitura leve, de arrancar lágrimas do leitor com as discussões entre os irmãos e o temperamento de Daphne (simplesmente imperdíveis). Quem pensa que por ser um romance de época, trata-se de uma obra maçante e cheia de açúcar, está muito enganado! Leia e se surpreenda!

Por Babih Hilla.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

O Demonologista ou O Exorcista on the Road

Olá leitores! Tudo bem com vocês? Qual tal iniciar a semana conhecendo um pouco de "O Demonologista", de Andrew Pyper? Nesta resenha, além de discorrer sobre o livro, o Thiago traça um paralelo muito interessante com a obra "O Exorcista" (alô, fãs de terror). Confiram:


Andrew Pyper é um dos grandes nomes do terror atual trazido pela DarkSide Books. Em O Demonologista somos apresentados a David Ullman, professor da Universidade de Columbia e um dos maiores estudiosos do mundo da obra de John Milton, Paraíso Perdido, que narra da rebelião de Satanás no céu à queda do homem no jardim do Éden. Ullman é procurado pelos seus conhecimentos e tem contato com um caso curioso em Veneza, onde encontra um homem aparentemente insano e daí em diante suas crenças são testadas nesse thriller psicológico.

Com pouco mais de 300 páginas a obra de Pyper me prendeu por três dias e ainda devo a ela uma leitura mais calma, mas mesmo nessa “corrida” gostei do que li. As várias citações de Paraíso Perdido me deixaram com ainda mais vontade de lê-lo. Não pense que é necessário ler este para entender O Demonologista, todas as citações são redondas e dispensam pesquisas, eu que gosto do tema e tenho Milton na lista de desejo faz tempo.

Algumas obras existentes se tornaram atemporais, seja pela qualidade com que foram criadas, seja por terem saído em várias mídias. Tornaram-se habituais livros virarem filmes, mas isso acontece desde o início do cinema. Em 1902 os irmãos Meliès já usavam romances de Julio Verne e H. G. Wells como base para o roteiro de Viagem à Lua.

Fui apresentado ao filme Exorcista de 1974 pelos meus pais – em especial minha mãe, fã de terror – nos idos de 1990 e pouco. Confesso que não lembro com detalhes do ocorrido (com cinco ou seis anos é difícil mesmo), mas algumas cenas marcantes ecoam na memória. Ainda não li o livro, mas como William P. Blatty foi o escritor, roteirista e ainda levou o Oscar pelo feito, acredito que as obras são muito similares.

A comparação com O Exorcista é inegável a começar com o nome. Ambos têm um especialista no mal. Exorcista tem Pazuzu, rei dos demônios do vento na mitologia suméria; no Demonologista temos Delial, o oposto da luz, de Jesus Cristo e do bem no Novo Testamento. Entes queridos possuídos. Protagonistas em dúvida com suas crenças. Tensão do começo ao fim. É claro que existem várias diferenças, mas a principal é que Pyper transforma sua obra num “road book”, por assim dizer. O professor sai de Columbia para Veneza, mas volta para os EUA e precisa rodar muito chão atrás de respostas, sendo que cada pista leva a uma nova viagem pelo norte e noroeste do país.

Não é uma obra prima, mas está no caminho com toda certeza. No decorrer da leitura notava que várias passagens casariam muito bem com um roteiro, precisando de pequenas adaptações e atenção em alguns detalhes e minha surpresa foi que, na última página (spoiler?) três livros de Pyper, Demonologista incluso, estão sendo adaptados para o cinema.

A versão lançada pela DarkSide Books é excelente. Capa dura, diagramação excelente, ilustrações de Gustave Dore (que apareceram na quarta edição de Paraíso Perdido em 1688), posfácio com informações mais detalhadas sobre John Milton e sua obra e o esmero que a editora entrega desde sempre.

No Skoob avaliei com 4 estrelas por alguns momentos no enredo que, do meu ponto de vista, poderiam ser melhor explorados, ainda mais por ser um thriller psicológico. No geral vale a pena e entrega o que promete, mas aconselho que leiam com calma e tirem suas conclusões.

Longos dias e belas noites.

Por Thiago.