Existem autores que nos prendem
em seus mundos. Neil Gaiman é um dos meus preferidos. Conheci pela maior obra,
Sandman, li a primeira vez numa versão digital e desde então está na lista daquelas
que perdi a conta de quantas vezes reli.
Sabe aquele autor que te
apresenta uma nova camada a cada leitura? Seja num submundo espetacular que
existe desde muito tempo, seja a convivência dos deuses entre nós ou até a apresentação
de entidades que sempre existirão, somos convidados a nos desprender da
realidade em qualquer obra de Gaiman e acrescentar um pouco de magia em nossas
vidas.
Sandman foi um ataque de
oportunidade muito bem aproveitado e que rende frutos até hoje. Somos
apresentados aos Perpétuos, entidades ou forças primordiais que existirão
enquanto o universo existir (Destino, Destruição, Desejo, Desespero, Delírio,
Sonho e Morte). Seguimos de perto os afazeres de Sonho, lorde do reino do
Sonhar e seus criados/ criaturas. No começo ele é aprisionado, o que achei
muito interessante, pois logo de cara somos apresentados a um mundo sem Sonho e
sem seu reino. Pessoas não dormem, outras dormem sem nunca acordar, são décadas
de um mundo sem um Perpétuo e entendemos no que impacta a existência destes seres.
São mais de 20 anos de
finalização da obra, mas se não quiser spoiler pule o parágrafo. Ainda me
emociona lembrar o encontro dos irmãos para o fim do Sonho, todos os seres que
vão ao velório, incluindo o até então nunca visto Destruição, que simplesmente
largou seus afazeres e não aparece nem em jantar de família, mas teve tempo
para o irmão.
Em O Sonhar, somos apresentados
ao novo Sonho - Daniel, afinal enquanto o universo existir os Perpétuos seguirão, mesmo
que nem sempre na mesma forma. Quando soube que Daniel teria sua vez no Sonhar
fiquei emocionado e aguardando aquele maravilhoso encontro de família, saber
como é a interação do novo Sonho com seus parentes, enfim, depois de tanto
tempo espero o melhor.
Nesta edição, temos a junção dos
6 primeiros volumes de O Sonhar. Descobrimos que Daniel sumiu e o Sonhar desmorona
sem seu senhor. Suas criaturas perdem força assim como suas barreiras e outros
seres tentam invadir e dominar o reino. Até agora estou gostando do que leio,
visto que há décadas não via algo fresco e não sei se estou com o julgamento
afetado, mas gostei da retomada.
Bilquis Evely ilustra
magistralmente os volumes e confesso que saber que uma brasileira faz um
trabalho tão esplêndido na gringa só me fez querer ler ainda mais. Acredito que
seus traços casam muito bem com a obra de Gaiman e espero que a parceria
perdure.
Atualmente me falta pouco do
publicado no Brasil. O volume 5 que saiu com o Box completo (nem comento sobre
o valor da brincadeira...) está no topo da lista de desejos, mas sem pressa.
Por Thiago Natus.
aaaa, não conhecia! adorei. Tá demais, parabéns!!! <3
ResponderExcluirAs obras de Neil Gaiman são formidáveis! Recomendamos muito a leitura!
ResponderExcluirNão conhecia o autor! Adoro esses escritores que conseguem nos inserir em um mundo completamente novo! Isso dos seres primordiais me lembrou Lovecraft só que ele já puxa essas criaturas para o lado do terror...
ResponderExcluirMês passado a Intrínseca lançou uma edição especial de um livro que ele fez para as filhas, Coraline. Voltou a escrever Sandman depois de mais de 20 anos. No Prime Video tem séries baseadas em obras dele, Deuses Americanos e Belas Maldições. Também fechou com Netflix produzindo Sandman. Gaiman não sofre por falta de projetos pra se conhecer ;-D
ExcluirEu não conhecia, já vou inserir na minha lista de leitura, gosto quando fala de reinos e criaturas.
ResponderExcluirBoa leitura!
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