quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

"O Velho E O Mar", de Ernest Hemingway

Fala ai, suavidade? Por aqui chuva.

Sabe aquele livro que você nem lembra de onde veio, mas tem mais importância que muito calhamaço lindão na estante? Então, a saga do velho Santiago é um desses. Não recordo como chegou aqui, mas todo ano releio e me emociono com esse livreco de 116 páginas.

Lançado pelo Circulo do Livro (um clube do livro lá de 1970 e vráu), com ilustrações de Ênio Squeff (lindos traços), tive o prazer de ser meu primeiro Hemingway. Nele é narrada a saga de um pescador que já é tratado como azarado pela comunidade por estar a 84 dias sem pegar nenhum peixe.

Logo sabemos que os pais do jovem que ajudou Santiago nos primeiros 40 dias o obrigam a trocar de barco, pois o velho já tem reputação de azarado. Mesmo sem ganhar nada, Manolín ainda ajuda como pode e, depois de ganhar algum dinheiro, quer voltar a sair com ele. Este o proíbe.

Esta conversa se passa em duas páginas. Temos um jovem cheio de respeito e amor pelo velho pescador, que lhe ensinou seu ofício desde os 5 anos e herdou a convicção de que tempos ruins não duram para sempre, mesmo o pai não compartilhando dessa fé.

Sabemos que o velho tem “olhos da cor do mar, alegres e indomáveis” (pg. 10), o que é suficiente para entender que pouco ou nada abala esse senhor. Quando sentam para tomar uma cerveja, outros tentam zombar de seu azar, mas este não se importa, enquanto pescadores mais velhos sentem-se tristes pela situação e tentam não tocar no assunto.

Quando lembram da primeira vez que pescaram juntos, o velho “examinou-o com olhos queimados pelo sol, muito carinhosos e confiantes” (pg. 12) e pergunta se Manolín realmente lembra de tudo ou está criando memórias. Temos uma relação pai e filho que faz um pescador pragmático desafiar a sorte, se fosse realmente seu pai. O jovem age como um amigo que se importa em melhorar do jeito que puder a vida do velho, seja ajudando com as iscas, pagando uma cerveja ou simplesmente conversando sobre beisebol ou qualquer assunto que lhes agrade.

A cabeça de Santiago funciona de uma forma interessante. Por ser um pescador desde sempre, mas estar num nível de pobreza onde usa a única calça dobrada cheia de jornais como travesseiro, sua humildade e respeito pela natureza são louváveis.

Boa parte do livro é um monólogo. Não sabe desde quando, mas desenvolveu o hábito de falar sozinho. Estes ‘diálogos’ se passam entre ele e sua memória, seu desejo de estar com o garoto para que este o ajudasse ou ao menos visse quando fisga o maior peixe de sua vida, seu conhecimento sobre a vida marinha que o cercou desde sempre e, claro, seu embate épico com seu “irmão” na outra ponta da linha.

Perseverança, fé, resistência física e mental, conhecimento de suas capacidades,aceitação de limitações e mais um sem número de lições que você pode absorver. Mesmo relendo sempre, ainda me emociono com o fechamento e respeito cada vez mais a personalidade cativante do velho Santiago.

É verdade, a obra rendeu um Pulitzer de Ficção e um Nobel de Literatura, se isso ajudar a colocá-lo na sua lista de “TBR”. Pra mim o conteúdo já basta.

Longos dias e belas noites.

Por Thiago Natus.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Parceria: Autor Eduardo Alves

Olá, olá, leitores! Como estão? Tenho o prazer de anunciar para vocês a primeira parceria de 2021, com o autor Eduardo Alves!


Eduardo Alves, 20, formado no sistema de ensino público, aspirante a poliglota e, atualmente, estudante de Comércio Exterior na Universidade Anhembi Morumbi. As pessoas mais velhas insistem em chamá-lo de "garoto prodígio" ou "menino de ouro", hoje ele os responde dizendo que se provará como um "Rei dourado".

O Eduardo é autor do livro "Killian, Robert Killian", bora conferir a sinopse:


O que você faria caso acordasse em um mundo completamente... Diferente? Onde baleias andassem e cachoeiras não respeitassem a lei da gravidade. Nosso protagonista não é apenas cercado pela beleza das monstruosidades, mas também por uma guerra que aplaca medo e terror em todos. Killian está com sua espada em mãos enquanto tenta descobrir qual sua função para aquele mundo e qual a função daquele mundo para com ele. Conseguem ouvir o rugido? Temos uma revolução chegando.

A obra pode ser adquirida na versão física no site da Editora Flyve e o ebook na Amazon (disponível no Kindle Unlimited também). Curtiram? Fiquem ligados, pois em breve teremos resenha desse mundo fantástico.

Beijos e até a próxima!

Por Babih Hilla.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

"O afilhado do capeta e outros contos", de Ilma Pereira

Boa noite, leitores! Tudo bom? Hoje trago para vocês a resenha de um livro de contos muito gostosinho! Trata-se de "O afilhado do capeta e outros contos", da nossa autora parceira Ilma Pereira. Confiram:

Sabem aquilo que todo mundo pensa ou alguma vez já pensou em fazer, mas nunca fez ou por causa da lei ou da moral? Então, na obra essa abstenção é ignorada e colocada literalmente na prática! Lendo os primeiros contos eu fico: Ohhhhh! O que se houve como boatos, aqui realmente acontece!

No livro, a Ilma nos conta situações do cotidiano com pitadas de humor, emoção e um pouco de fantasia, suspense e terror. Também temos momentos tão singelos que nos tocam no fundo da alma.

"Achado" é um dos meus contos favoritos, terminei ele pensando: "Rapaz! Isso que é mexer com o leitor!". Outro bem "olhos molhados" foi "Ovo-presente"! Realmente as crias de hoje em dia, cof cof, digo crianças, não fazem ideia do que muitos pais passaram e com certeza muitas coisas simples e singelas da vida se perderam nas últimas décadas. 

Agora, falando dos contos que deram certo medo, temos "Um ossinho ou uma vela?" e "Pressentimento". Minha nossa senhora, esses trouxeram aquela necessidade de ficar olhando pra todo lado e o desconforto característico de se ler histórias de deixar o cabelo em pé kkkkk

Em outros contos, temos também situações no mínimo irônicas que as pessoas cometem no dia a dia, afinal quem não tem algum parente sangue-suga, cujo coração de pedra não se importa com os animais? (a vingança quando ocorre é muito doce rsrsrs).

Preciso dizer: com uma linguagem simples e gostosa, a autora nos guia por "causos" que nossos pais, avós, ou aquele parente bom de lábia contariam para nós. Foi uma leitura muito especial e nostálgica de fazer! Recomendo muito!

Agradeço a Ilma pela oportunidade de apreciar uma obra tão querida que me lembrou muito as histórias contadas pelos meus pais e tias!

E vocês? Curtem a leituras de contos? Beijos e até a próxima!

Por Babih Hilla.