terça-feira, 6 de outubro de 2020

"Abominação", de Gary Whitta

Longos dias e belas noites!

Aqui em casa temos alguns livros da DarkSide, claro que não todos que queremos ou podemos comprar, mas vários já foram lidos e aguardam um resenha, nem que a obra em questão não tenha agradado tanto quando queria.

Abominação (DarkSide books, 2017), primeiro livro de Gary Whitta é dividido em duas partes. Começa narrando a história da Inglaterra a partir de 888, atacada por hordas de bárbaros nórdicos. O rei Alfredo é procurado pelo arcebispo Aethelred, que apresenta pergaminhos com magias que poderiam virar o jogo a favor dos ingleses.

Logo descobrimos que os feitiços transformam seres em criaturas bestiais, mas como Aethelred não conseguia controlá-las, o rei proibiu o avanço da pesquisa. Mesmo proibido, o arcebispo continua pesquisando, buscando uma forma de controlar as criaturas. Ele e seus seguidores são os reais antagonistas do livro, pois os vikings são uma ameaça distante comparados às bestas.

"Vikings, magia e sangue." Na contracapa temos essa frase destacada. Há vikings, mas pouco trabalhados, se você interpretou erroneamente que eles seriam os reais antagonistas não entendeu a proposta aqui (assim como eu que pensei ter três núcleos ativos intercalando o enredo).

O protagonista Wulfric, um guerreiro formidável que já provou seu valor ao rei, é convocado para invadir a Cantuária e dar fim ao projeto megalomaníaco do arcebispo. O mais ‘viking’ que chegamos a ler é o praticamente modo berserk que ele entra quando em batalha, arregaçando legal (inimigos é claro). O cara é o Rambo de sua época, o soldado que é chamado para a missão que os outros não querem/ não dão conta.

A segunda parte do livro se passa 15 anos após a invasão da Cantuária com Wulfric vagando pelo reino dando fim às criaturas que fugiram e para ser justo não darei maiores detalhes, pois é meio complicado sem dar mais spoilers. O que posso dizer é que a história fica meio lenta se comparado ao primeiro ato, mas não enfadonha (não perdi o interesse). Temos descrições de batalhas fenomenais, nos dois atos.

Minha nota no Scoob foi 2. É um bom livro? É, mas eu tinha expectativas maiores. Acredito que ficou superficial em certos pontos e a obra não teve o potencial da premissa explorado de forma correta. Tive a sensação de assistir a um filme só por estar passando na tv a hora que liguei, sabe? “Já que estou aqui, não custa ver aonde isso vai me levar”.

Gary foi roteirista de O Livro de Eli e Rogue One, filmes que dividiram opiniões, então com seu livro não seria diferente. Vi várias avaliações positivas e no geral ele tem 3.8, então não levem opinião a ferro e fogo, por favor. Creio que todo livro merece uma chance, mas alguns como Abominação não relerei tão cedo.

Por Thiago Natus.

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