terça-feira, 15 de setembro de 2020

"O Escultor", de Scott McCloud

Longos dias e belas noites,

Por mais de 30 anos Scott McCloud atua nos quadrinhos. Seu nome é recente em minha memória, pois li a biografia de Alan Moore e ele foi citado como um dos vários de referência no meio. É um grande apreciador e entusiasta e defende os quadrinhos como forma de arte independente.

Em O Escultor (Jupati books, Marsupial Editora) temos David, um jovem escultor que graças a um desejo realizado consegue trabalhar qualquer material com as mãos nuas. Em troca de tamanho dom ele tem somente 200 dias de vida e a história se passa ao longo desse tempo.

David foi considerado um calouro talentoso, só que não consegue finalizar uma obra significativa há muito tempo e começa a entrar em parafuso pela falta de dinheiro, mas principalmente pela falta de motivação. Num inusitado acaso encontra um tio-avô que não via a anos e quase surta quando lembra que a última vez que o viu este estava morto. Acaba desejando seu dom quando lhe é oferecida a oportunidade e começa a trabalhar loucamente em busca de sua obra-prima.

Temos um romance bem trabalhado com reviravoltas que prendem e deixam um aperto no peito quando David faz suas escolhas lidando com sua arte e o amor. Nova Iorque se mostra pano de fundo ideal para a trama, dada sua pluralidade social, cultural e de constante alteração, clara alusão à nova habilidade do protagonista.

O estilo do desenho é singular e suas cores passam seriedade e complementam a HQ, entregando uma boa narrativa. Dei 5 no Skoob por ter me tocado, além de ser uma obra com começo, meio e fim bem definidos.

Ótima leitura.

Por Thiago Natus.

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