sexta-feira, 18 de setembro de 2020

"Os Assassinos do Cartão-Postal", de James Patterson e Liza Marklund


Jacob Kanon é detetive da Divisão de Homicídios do Departamento de Polícia de Nova York, que almeja incansavelmente pegar os assassinos de sua filha e de vários jovens casais encontrados pelo mundo afora com a garganta cortada. Como peculiaridade destes cruéis criminosos, antes de cada assassinato é enviado para algum jornal local um cartão-postal e, após o evento criminoso, uma foto das vítimas. 

Para obter sucesso (vingança?) nessa investigação e, uma vez que não possui jurisdição em outros países, Jacob contará com a ajuda de Dessie Larsson, uma jornalista de Estocolmo que acaba de receber um cartão-postal e não faz ideia do motivo pelo qual foi escolhida.

"Dessie se endireitou na cadeira e limpou a garganta.
- Não - disse, um pouco alto demais. - Não, eu nunca escrevi sobre esses assassinatos.
- Há alguma outra coisa que possa ter feito para levá-los a contatar você especificamente?
- Talvez o meu charme e flexibilidade?" - Página 26.

Importante ressaltar que não é uma história onde um dos pontos principais é descobrir quem são os assassinos, uma vez que desde o início o leitor já sabe quem é. O ponto principal é desvendar como Jacob e Dessie agirão para pegá-los. Será que eles vão conseguir?

Leitores! É o primeiro livro que eu leio do James Patterson. Na realidade, a obra é escrita por ele e Liza Marklund. Em relação a esse fato, fiquei pensando: como eles escrevem? Quem faz o que? Como funciona? Até porque as pessoas tem opiniões diferentes, seria interessante descobrir como é o processo da escrita de uma obra por duas pessoas.

Inicialmente, eu estranhei um pouco e não gostei muito da forma como o Jacob aparece, diríamos que é aversão à primeira vista (hehe). Cheguei até a pensar: isso é James Patterson?

"- Você tem a aparência e o cheiro de um depósito de lixo. Além disso, não tem nenhuma autoridade sobre a polícia sueca. Você está só perseguindo esses assassinos. Desculpe, mas isso parece um pouco... obsessivo.
Ele ajeitou o cabelo para trás e fechou os olhos.
Obsessivo? Ele estava obsessivo? Claro que estava.
Jacob visualizou a Polaroid, as mãos do casal, os dedos lindos que quase se tocavam. O sangue tinha escorrido pelos seus braços e se aglomerado ao redor das unhas.
- Eu te amo, pai! Vejo você no Ano-Novo!" - Página 34.

Todavia, no decorrer da leitura, acabei "mordendo a língua", que história mais viciante!

Jacob e Dessie, um par um tanto improvável, unidos por um cartão-postal, farão de tudo para pegar os criminosos o quanto antes e, para tanto, enfrentarão as mais diversas tramoias planejadas por Sylvia e Mac, que muitas vezes farão o detetive e a jornalista duvidarem de si mesmos.

Sylvia e Mac, mais comumente denominados de "os assassinos do cartão-postal", revelam-se verdadeiros profissionais na "arte" de matar, misturando realidade e arte, na intenção de quebrar tabus e mostrar ao mundo seus cruéis "talentos". Como será que isso vai terminar?

A história flui de uma forma maravilhosa, não há descrições exaustivas e nem fatos desnecessários (James Patterson s2), o que colabora para uma leitura rápida e, ao mesmo tempo, rica e memorável. Quando o leitor menos nota já está viciado e/ou acabou o livro, sentindo diversas sensações. Jacob é um personagem que me fez sentir diversos sentimentos, desde repulsa até admiração, mesmo com suas atitudes "delicadas".

"Jacob bateu com o punho no balcão da loja de joias, fazendo os anéis de ouro pularem.
- Puta que pariu! Eu avisei. Por que ninguém me escuta?
Os fregueses ao redor recuaram, alarmados.
- Ela deixou um endereço em Riga? - perguntou Gabriella, olhando para Jacob com reprovação. - Eu estou ouvindo você, então não precisa gritar.
- Preciso gritar, sim. Faz com que eu me sinta melhor." - Página 121.

Atitudes que, por sinal, são bem motivadas, em virtude da arrogância, falta de confiança e dificuldade em aceitar ajuda, por parte das policias europeias, o que, diga-se de passagem, só contribui para prejudicar a investigação.

"Mas só agora a magnitude da depravação deles tinha começado a ficar clara para as autoridades policiais europeias. Como os assassinos cometiam apenas um ou dois homicídios em cada país, o padrão demorou um pouco até ficar aparente. Pelo menos para que alguém além de Jacob conseguisse ver com clareza. E os imbecis obviamente não iriam aceitar a ajuda de um americano. Mesmo que esse americano fosse esperto pra caralho e que muita coisa dependesse desse caso." - Página 19.

O livro conta com 140 capítulos curtos e uma narração intercalada: ora Jacob, ora Dessie e ora Sylvia e Mac, o que torna a leitura muito mais envolvente, já que gera uma percepção maior dos fatos.

Por fim, tem algo que eu não posso deixar de mencionar: o material com o qual o livro foi feito é muito bom! Com uma diagramação perfeita e um cheirinho bom, só deixaram a história ainda mais viciante. Foi meu primeiro livro do James Patterson e, com toda a certeza, não será o último. A Editora Arqueiro está de parabéns!

Curtiram? Alguém já leu alguma obra do James Patterson? Aguardo suas impressões! Beijos e até a próxima!

Por Babih Hilla.

Um comentário:

  1. É tão legal quando um livro nos surpreende né? As vezes no começo também acabo achando chato, e depois... se torna super viciante e eu não consigo parar mais de ler!!! Coisas que acontecem na vida de um leitor, HAHAHAH :)

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